sábado, 31 de outubro de 2015

A conversa do costume

André Azevedo Alves vem-nos dizer que não há dinheiro para mais socialismo, esquecendo-se de dizer que isto se deve exclusivamente a uma decisão política, a nível europeu. Como o insuspeito Gonçalo Almeida Ribeiro disse, e muito bem, no prós e contras de 5 de Outubro ao minuto 44:

“Eu revejo-me em várias das opções consagradas no tratado orçamental mas rejeito inteiramente a legitimidade do tratado orçamental. E porquê? Pela seguinte razão. Quando se deu a crise e houve um consenso relativamente amplo no sentido de que não podia haver uma cisão entre a política monetária, que estava a nível europeu, e a política orçamental, que estava a nível dos Estados, era preciso europeizar alguns aspectos da política orçamental. Em vez de se transferirem essas competências para o processo político europeu onde estão representados os Estados no concelho e os cidadãos no Parlamento e esses órgãos decidiriam de acordo com os resultados das eleições europeias e do processo político interno dos Estados, o que aconteceu foi que uma determinada concepção da política macroeconómica e financeira – que é uma concepção claramente à direita – foi gravada na pedra pelo tratado orçamental. E ao fazê-lo colocou os partidos de esquerda moderada numa situação muito complicada na Europa, porque eles querem o Euro mas rejeitam, por outro lado, como não podem deixar de rejeitar, alguns aspectos do Euro.”

De resto, o misturar de alhos com bugalhos (leia-se com e sem euro) que André Azevedo Alves faz, assim como a diabolização habitual dos défices públicos demonstra ignorância ou desonestidade, mas isso fica para outro post…

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